“Existem 3 formas de resolver um problema: você pode resolver a partir da força, e quem tem mais poder consegue o que quer; pode resolver a partir do direito, levando o problema aos tribunais; ou pode resolver na base do interesse, discutindo o que cada um precisa“.
Essa frase é do antropólogo americano William Ury, especialista em negociações nos cenários mais conturbados do mundo.
Mas é perfeitamente aplicável para esse momento que estamos atravessando no Brasil, em especial, nesses últimos dias.
Vivemos um período complicado em nossa política nacional. Nesses últimos anos passamos por um impeachment de presidente, um processo de investigação nas mais altas esferas do nosso poder (Operação Lava-Jato e todos os seus desdobramentos), resultando na prisão de um ex-presidente, uma grande instabilidade econômica e muita incerteza por parte da população em ano eleitoral.
Como se não bastasse esse turbilhão todo, estamos nesses últimos dias vivenciando a greve dos caminhoneiros que está acarretando para a população brasileira sérias restrições, em especial de combustível e alimentos.
Antes de mais nada, esse texto não possui pretensões políticas, muito menos atacar ou julgar qualquer um dos lados dessa situação. A intenção aqui é despertar a discussão de como o Brasil vem nos últimos muitos e muitos anos negociando as suas necessidades!
Nunca foi visto na história desse país, pelo menos não se recorda agora, uma crise/conflito ter sido negociada com base em princípios, buscando transformar as divergências (de qualquer natureza) em debates, tendo as partes escutado com respeito as necessidades uma da outra. As negociações são todas pautadas em queda de braço onde cada um fica focado em sua posição esperando o outro desistir primeiro. Todos têm como objetivo vencer pelo cansaço. Não há ninguém disposto a escutar e a sugerir soluções.
É uma pena que no Brasil nem governo, nem sociedade tenham se atentado que a forma de discutir soluções é através do diálogo e não da força ou do poder. Está na hora de cada um chamar para si as suas responsabilidades e compromissos, sentar e negociar. Não será transformando a vida do país no caos ou chamando a ajuda das Forças Armadas que serão resolvidas as questões do Brasil.
Está faltando diálogo!!!